terça-feira, 13 de julho de 2010

Chorando baixinho: Paulo Moura se foi...


O dia amanheceu desafinado hoje. Leio no jornal que o clarinetista Paulo Moura morreu, depois de um longo período de internação. Tinha 77 anos de idade.

Assim não vale! Gente como Paulo Moura não deveria morrer.

Resolvo ignorar a notícia triste, deixo o jornal num canto qualquer e ligo meu iPod no volume máximo. Sento-me à mesa e fico ouvindo Paulo Moura tocar o delicioso "Doce de Coco" do Jacob do Bandolim, entre um gole e outro do meu café da manhã. Saboreio cada nota como se o mestre do chorinho estivesse ali, sorrindo para mim.

A pequena notícia que acabo de ler no jornal me emociona: dois dias antes de morrer, Paulo Moura recebe a visita de um grupo de amigos - todos músicos - no seu quarto de hospital. Ali mesmo, os amigos tocam algumas músicas para ele, o ar se inunda de carinho - essa nota essencial na melodia da vida. Paulo Moura então se dirige à varanda do hospital, reúne forças e toca "Doce de Coco",  num dueto com Wagner Tiso. Um concerto inesquecível para uma platéia de sorte.

Desconfio que hoje vai ter festa no céu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Monica!

Acho que gente como o Paulo Moura não deve morrer mesmo! Esse povo transcende, não morre. Recentemente lembramos a "passagem" do Vinícius, do Cazuza... É... a festa no céu deve estar cada dia melhor!
Linda a sua homenagem!
Um beijo
Sandra Felicidade

Unknown disse...

Oi, Monica

Cá estou visitando e apreciando seu blog.
Não sei se por acaso você já viu esse vídeo. É emocionante! Vale a pena: http://vimeo.com/13307593
Beijos,
Alice Pougy